segunda-feira, 16 de julho de 2018

estertor

Música: ?
Poema: Luís Caminha-Antóneo


Finalmente febril
ajeito-me a um canto do nosso chão:
nós tão aqui e o mundo a mil
e o meu corpo no teu abraço
e nos teus olhos tudo o mais que faço,
e nos teus olhos tudo o mais que faço.

Agora
não existe mais nada
que angústia dedilhada
em ritmos sincopados
tão que sim tão que não
que sim já que não tão
já que não então sim.

Sob as sombras do tecto
um andar por telhas da tua mão:
o paraíso é tão directo
como um sol que viaje por dentro,
como bombom de inferno em vai de vento,
como bombom de inferno em vai de vento.

Agora
não existe mais nada
que espera dedilhada
em ritmos sincopados
tão que sim tão que não
que sim já que não tão
já que não então sim.

Nem ideia sequer
de quantas manhãs na vida se vão:
se isto for asa e me quiser
há-de ser tudo o que me tem
na noite à noite que esta noite vem
na noite à noite que esta noite vem.

Agora
não existe mais nada
que entrega dedilhada
em ritmos sincopados
tão que sim tão que não
que sim já que não tão
já que não então sim.


                         Leceia e 16 de Julho em 2018
                         (a partir de 2 poemas anteriores, de tema diferente: poema 1; poema 2)

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